Cuidado que as paredes têm ouvidos em “Kimi”
O regresso de Stephen Soderbergh à HBOMax apresenta um thriller relevante, onde o isolamento e a condição pós-pandemia refletem a violação de privacidade que as tecnologias mais presentes levam a cabo. Zoë Kravitz assume o papel de uma reclusa técnica cuja função é escutar todas as conversas captadas por um gadget à imagem da Alexa, para melhorar as respostas do aparelho.
A sua existência é negada pela empresa tecnológica que a emprega, garantindo aos consumidores e media que é a inteligência artificial do aparelho a aprender com as interações. Kravitz consegue captar em pleno as nuances de alguém dominado pelo medo do exterior, e que assume as interacções pessoais como um perigo.
A evolução desta personagem é o ponto forte do filme, com um forte elogio ao argumentista David Koepp e à entrega de Zoë Kravitz que consegue, assim, consolidar a sua imagem de excelência após o sucesso de The Batman.