Nunca a morte esteve tão bem

Adaptado do romance/mistério homónimo de Agatha Christie, o filme Morte no Nilo é mais uma obra-prima do realizador/ator Kenneth Branagh, depois do sucesso de Um Crime no Expresso do Oriente, em 2017.

Fiel na representação do período da obra literária, Morte no Nilo é uma produção de ouro com faustosos cenários como o lobby, os amplos salões, o grande templo de Abu Simbel e o barco de luxo a vapor S.S. Karnak.

Mas a imponência não se limita apenas a esta envolvência.

O espetacular guarda-roupa, da autoria do figurinista e nomeado ao OSCAR® Paco Delgado, o ambiente criado pela música e luxuosas festas muito dentro do género de New Orleans, as interpretações dos Depeche Mode e D Loop, as sensuais danças (de fazer corar o “Dirty Dancing”) e os planos de realização e fotografia, dão-nos um verdadeiro festim de sensações.

Estamos perante um thriller com mistério, amor, traição e vingança, dinamismo, crises emocionais e, claro, homicídios que serão desvendados pelo famoso Hercule Poirot, desempenhado por Kenneth Branagh.

Este mantém a tendência do primeiro filme, em rodear-se de um elenco impressionante que inclui Tom Bateman, Annette Bening, Ali Fazal, Dawn French, Gal Gadot, Armie Hammer, Rose Leslie, Emma Mackey, Sophie Okonedo, Jennifer Saunders, Letitia Wright e… Russell Brand?? Verdade, Brand está irreconhecível, numa prestação sóbria e muito longe do seu registo usual. 

Estamos perante um filme cuja história é já conhecida de muitos, mas que não deixa de ser surpreendente pela sua abordagem moderna, pelo seu sensualismo, com o habitual humor britânico, além de todo o dramatismo.

Um verdadeiro bombom cinematográfico, que valerá a pena ser visto no grande ecrã.