Uma peculiar viagem no tempo
Viagens no tempo costumam ser um tema que causa algum fascínio, afinal quem nunca desejou pelo menos uma vez na vida, voltar ao passado e alterar ou apagar certos acontecimentos, ou até mesmo ir ao futuro descobrir o que nos espera?
Em A Dois Minutos do Infinito, experienciamos os dois conceitos (viagem ao passado e ao futuro) de uma forma bem criativa, diferente e cheia de humor.
Tudo começa quando depois de um dia de trabalho, o dono de um café recebe uma mensagem de si mesmo vinda do futuro, especificamente 2 minutos do futuro, através do monitor que tem no seu quarto. Depois de uma breve conversa com a sua versão do futuro, é instruído a dirigir-se ao televisor que está no seu café (que está ligado ao monitor do seu quarto), para conversar com a sua versão do passado, completando assim o ciclo de comunicação entre o presente, passado e futuro.

Tal experiência deixa-o confuso, mas continua a explorar o potencial da sua descoberta por influência da sua colaboradora do café e outros amigos que se juntam à festa.
Mas a alegria acaba quando esta espécie de máquina do tempo os coloca na mira de gangsters e da polícia que controla o fluxo do tempo, o que dá origem a situações surpreendentes e caricatas.
A Dois Minutos do Infinito chama a atenção não só pela temática, mas também pela performance dos atores e o trabalho de câmera.
Ao início, esta viagem no tempo parece ser um pouco difícil de se perceber como funciona o monitor e a televisão ao mostrarem 2 minutos no passado, mas à medida que cada personagem explica o que está a acontecer tendo em conta a sua percepção, fica mais fácil a compreensão.

Cada uma das personagens tem uma reação à situação que é representativa da sua personalidade, o que torna a dinâmica do grupo interessante de se ver.
Enquanto o dono do café mantém uma atitude relutante face à descoberta da máquina do tempo porque teme que isso possa causar paradoxos, os seus amigos tentam explorar esta dádiva para benefício próprio, como por exemplo encontrar dinheiro.
O trabalho de câmera além de guiar o público pelos acontecimentos, muitas vezes transmite a sensação de ser mais uma personagem presente na história. É quase como se fosse a representação de quem está a assistir.
Para quem se sente saturado das experiências dos blockbusters, cheias de explosão e grandes doses de adrenalina, vai encontrar em A Dois Minutos do Infinito, algo mais calmo, criativo e alternativo, que o vai fazer refletir um pouco sobre temas como a linearidade do tempo.